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CEM ANOS DAS ASSEMBLEIA DE DEUS

UMA LINDA HISTORIA
DE FÉ
AMIZADE
E AMOR.

UMA MISSÃO ESPECIAL


E recebereis a virtude do espírito santo...atos 1;8
CAPITULO I (O CHAMADO)
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.(atos 1;8)


Dentre as grandes cidades americanas que foram visitadas pela influência do avivamento pentecostal, destaca-se a cidade de Chicago. Enquanto o avivamento conquistava terreno e dominava a vida religiosa da cidade, fatos de alta importância estavam acontecendo também nas cidades vizinhas, entre dois jovens, que ficaram intimamente ligados à história da Assembléia de Deus no Brasil. São eles: Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Na gigantesca onda de imigrantes que, em fins do século XIX e início do século XX, a sonhar com melhor futuro, deixaram a Suécia em busca de emprego nos Estados Unidos, estavam dois jovens que jamais se haviam encontrado em sua terra.

Daniel Berg
A Terra Natal
Em suas memórias, Daniel, que sempre nutriu grande amor por sua terra retrata o cenário da infância: "... para mim, Vargon é um desses lugares mais lindos da Suécia"; e tenta consertar o seu arrebatamento: "... sem que vá nesta declaração qualquer manifestação de bairrismo..."Ele continua, a enforcar seu berço, como o fazia saudoso, no Brasil, sem permitir porém que o apego às suas raízes interferisse na grande chamada: "Vargon tem a um lado o lago Varnern, do qual a cidade mais próxima, Vanersborg, tomou o nome. Do outro lado estão situadas as montanhas Hunnebeg e Halleberg, lugares prediletos dos reis da Suécia para realizar caçadas. Nós, as crianças, durante o verão e o outono, passávamos todas as horas de férias nessas montanhas, contemplando as fontes abundantes e os lagos cristalinos." Quão diverso, esse cenário, daquele em que, sob as mais duras provações, iria ser protagonista de um acontecimento que viria a comover milhões de brasileiros!
Daniel embarcou, a 5 de março de 1902, em Gotemburgo, rumo aos Estados Unidos, em sua primeira viagem marítima, a que muitas outras se seguiriam, como obreiro do Senhor. O dia estava frio e o "Romero" começou a afastar-se do ponto. "Mesmo que eu me arrependesse de haver embarcado", recorda o sueco apegado ao seu país, "já era tarde para mudar de idéia." Procurava tranqüilizar-se: "Pensei, então, comigo mesmo, que não veria a primavera sueca naquele ano, nem no ano seguinte. Sabia, isso sim, que ao iniciar a primavera, eu estaria no país dos grandes sonhos e esperanças, a América do Norte. Na América também havia primavera, e, pensei, talvez seja igual na Suécia."
O porto do desembarque era Yorkshire, na embocadura do rio Hull, onde a cidade do mesmo nome vinha a ser uma das mais importantes da Inglaterra. Depois de breve permanência em Hull, Daniel rumaria a Liverpool, então a quarta cidade da Inglaterra em população, de onde embarcou, a 11 de março, com destino aos Estados Unidos. Era a velha cidade de Boston, arquitetonicamente e sob o aspecto urbanístico bem britânica, que se lhe descortinava, dias depois de deixar o Velho Mundo. Logo, estaria em Providence, Estado de Rhode Island, onde, com a ajuda de amigos, obteve emprego em uma fazenda.
Daniel Berg era filho dos batistas Gustav Verner Högberg e Fredrika Högberg. Aprendeu a profissão de ferreiro fundidor, converteu-se e foi batizado nas águas em 1899. Foi para os Estados Unidos em 5 de Março de 1902 (aos 18 anos), chegando em Boston em 25 de Março. Em visita à Suécia tomou conhecimento sobre o movimento pentecostal por um amigo e ao retornar aos Estado Unidos (1909) passa pela experiência pentecostal. Nessse ano em uma conferência em Chicago conhece o pastor Gunnar Vingren.

   Gunnar Vingren

Gunnar Vingren viajou para Gotemburgo em meados de 1903. No dia 30 de junho tomava o vapor que o levaria à mesma cidade de Hull, por onde no ano anterior passara Daniel. E não se tratava de mera coincidência. Era a mão de Deus dando continuidade aos mais altos desígnios. De trem continuou até liverpool e, novamente, por via marítima prosseguiu em sua jornada até Boston. Mas precisou viajar mais, com destino à casa do seu tio Carl, residente em Kansas City, onde chegou em 19 de novembro, após dezenove dias de viagem.
Logo, Gunnar conseguiu empregar-se, até o verão, como foguista em Greenhouse. No inverno, viria a trabalhar como porteiro de uma loja e jardineiro. Na condição de estrangeiro, sobravam-lhe, como sempre acontece, as ocupações mais modestas. Em fevereiro de 1904, ei-lo a caminho de outro endereço, em busca de seu ganha-pão: a cidade de St. Louis, onde passou a trabalhar no Jardim Botânico.

A "Chamada Equivocada"
Um tio de Gunnar Vingren havia sido missionário na China; e ele começou a cogitar de tomar o mesmo destino. Mas o Senhor falou-lhe ao coração, demovendo-o daquele propósito. Uma vez batizado no Espírito Santo, Gunnar iria sentir-se em plena sintonia com os recados de Deus. Ele fez o curso teológico em Chicago, no Seminário Batista Sueco, de setembro de 1904 a 1909. A isso fora exortado, quando pertencia à Igreja Batista. Nesse período, como estagiário, pregava em vários lugares: na Primeira Igreja Batista em Chicago, Michigan, em Sycamore, Illinois; Blue Island. Nos últimos estágios pastoreou a igreja em Mountaim, Michigan. Estava intelectualmente preparado, adquirira alguma experiência pastoral, mas ainda carecia de algo para estar pronto.
Ao resisitir, por fim, à determinação dos ministros quanto à sua viagem para a China - pois o que lhe ia no coração nada tinha a ver com o multissecular país - sérias consequências o envolveram. Foi-se-lhe inclusive a noiva, que aspirava acompanhá-lo ao Oriente e, desatendida, optou pelo rompimento do compromisso...

O encontro com Daniel Berg
Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participava de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago, onde conheceu outro jovem que se chamava Daniel Berg .
O grande Avivamento
Era tempo de um grande avivamento nos Estados Unidos, exatamente o país onde Daniel havia estado e aonde agora retornava. Em muitas igrejas tradicionais, crescia o número dos que recebiam a promessa pentecostal. A princípio, eles não se afastavam de suas comunidades, mas começaram a ter encontros em que, com maior liberdade, ouvia-se sobre o Evangelho Pleno, viam-se e ouviam-se homens, mulheres e crianças a falar em línguas, a receberem a cura divina. Muitos outros buscavam, e também recebiam o que Jesus prometera antes de sua ascensão.
Em 1854, a chama pentecostal havia crepitado mais fortemente na Nova Inglaterra (Bostom e adjacências); em 1892, na cidade de Moarehead; em 1903, em Galena, Kansas; em Orchard e Houstok, nos anos de 1904 e 1905. Tão perto do Pentecoste, no entanto ele precisou atravessar o oceano para encontrá-lo...

Sintonia com Deus
Após uma semana convencional, o poder de Deus envolveu a Vingren, extraordinariamente. Mais tarde, pôde entender o que o Espírito Santo desejava dizer-lhe: uma irmã com o dom de interpretação de línguas foi usada pelo Senhor para dar-lhe ciência de que antes de seguir ao campo missionário, deveria ser revestido de poder. Em novembro do mesmo ano (1909), recebeu o revestimento de poder.
Agora, Daniel e Gunnar tinham alguma coisa mais em comum, além da condição de irmãos, servos do Senhor e imigrantes no mesmo país. Com apenas um ano de diferença, eram ambos batizados no Espírito Santo, falavam línguas estranhas.

Os dois jovens trocaram idéias e chegaram à feliz conclusão de que Deus os guiava para a obra missionária; restava saber onde.


Capitulo II (GUIADOS PELO ESPIRITO SANTO)
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.(atos 2;2)
Depois de longo diálogo, em que cada vez mais se identificavam e se compenetravam da chamada de Deus, passaram a orar diariamente, em busca de completa orientação do Alto.

Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.

Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar Gunnar Vingren. Nessa ocasião, em uma reunião de oração na casa de um irmão de nome Adolpho Ulldin, através de uma mensagem profética, Deus falou ao coração de Gunnar Vingren e Daniel Berg, que partissem a pregar o Evangelho em terras distantes. O lugar para onde deviam seguir foi mencionado na profecia, como sendo o Pará. Eles não sabiam onde ficava essa região, mas após consultarem mapas, verificaram que se tratava do Brasil.
Um Nome no Sonho: Pará
Alguns dias se passaram, até quando um crente batizado no Espírito Santo, chamado Adolfo Uldin, narrou-lhes um sonho, em que os dois amigos eram personagens, e em que lhe aparecera, bem legível, um nome muito estranho: Pará. Uldin jamais lera ou ouvira tal palavra. Mas, entendeu tratrar-se de um lugar. Daniel e Vingren compreenderam que era a resposta de Deus às suas muitas orações. No dia segunite, dirigiram-se a uma biblioteca, a fim de consultar os mapas. Ao verificarem a distância do país em que ficava o Pará, chegaram a ser abalados pelas dúvidas, mas após uma semana de oração convenceram-se quanto ao destino a tomar.
A decisão se tornara irreversível. E Deus continuou a dispor marcos no caminhoo dos suecos para que pudessem comprovar a certeza da vontade divina em suas vidas.
Deus falou ao coração de Gunnar Vingren e Daniel Berg, que partissem a pregar o Evangelho em terras distante.
embarque em chicago

A provisão do Senhor
O dinheiro de que dispunham era muito pouco, mas significava mais um indicativo dos rumos a serem tomados: noventa dólares - o preço da passagem até o longínquo país onde havia um lugar chamado Pará. Mas, eis que, com novo teste, Deus voltava a desafiar-lhes a fé: o Senhor ordenava a Vingren doar os noventa dólares ao jornal da igreja do pr. Durham. E Daniel concordou. Eles o visitavam em Chicago, em busca de alguma contribuição para a viagem, "mas", recorda Daniel, "os irmãos não se mostraram muito entusiasmados. Mencionaram dificuldades de clima e predisseram que voltaríamos sem demora. Por isso, não nos garantiram qualquer sustento". Durham limitara-se separá-los para a missão no Brasil.
Em outra igreja da mesma cidade, em um culto de despedida, o pr. B. M. Johnsom - que viria a ajudá-los, quando no Brasil, nos momentos mais difíceis - também nada pôde fazer por eles, mas deixou a congregação à vontade. Caso essa oferta poderiam chegar até Nova York.
Prosseguiram viagem e, numa parada, depararam-se com um amigo de Vingren, que foi logo dizendo:
O Dedo de Deus
"Sabe, irmão Vingren, sonhei com você esta noite, e Deus me falou que eu lhe deveria dar noventa dólares. Hoje de manhã pus o dinheiro em um envelope para remetê-lo...Agora não preciso pagar a remessa". Mais um sinal no caminho: o Senhor lhes falava de modo inusitado, mas quão claramente lhes falava! O dedo de Deus era quase visível.
navio clemente

Uma vez em Nova York, logo começaram a buscar, nas companhias marítimas, suas duas passagens para o dia 5 de novembro. Não tinham dúvidas; a data era exatamente aquela.
Outro Sinal
Em South Band, o Senhor lhes havia dito tudo a respeito, em particular. Porém, tantos foram consultados quantos negaram haver partida para 5 de novembro. Finalmente, encontraram um navio inglês que se achava em reparos, não constante das listagens. E o navio, o "Clement", começou a navegar, naquele dia prenunciado, em direção a Belém do Pará. O dinheiro disponível era suficiente, mas dava apenas para a terceira classe, onde nem sequer mesas e cadeiras existiam. Eram compelidos a viajar no convés, sentados em tonéis, "mas sentíamos o poder de Deus sobre nós ali, e louvávamos ao Senhor, e Ele nos falava dizendo que ia junto conosco e que nos abriria as portas", conta Daniel, "o que alegrava os nossos corações maravilhosamente".
Rumo ao Brasil

Gunnar Vingren e Daniel Berg, despediram-se da Igreja e dos irmãos em Chicago, e com uma pequena ajuda financeira e orações de irmãos e amigos, a bordo do navio Clement, partiram a 5 de novembro de 1910, da cidade de Nova York, para Belém do Pará. Quatorze dias depois, isto é, a 19 de novembro do mesmo ano, os dois missionários desembarcaram na cidade de Belém.

Capitulo III (vencendo as barreiras)
E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.(atos 4;31)


Chegada ao Brasil
Palavras de ânimo que dizia Daniel Berg. "Jesus é bom. Glória a Jesus! Aleluia! Jesus é muito bom. Ele salva, batiza no Espírito Santo e cura os enfermos. Ele Faz tudo pro nós. Glória a Jesus! Aleluia!".Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil. Não possuíam eles amigos ou conhecidos na cidade de Belém. Não traziam endereço de alguém que os acolhessem ou orientasse. Carregando suas malas, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma praça, sentaram-se em um banco para descansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Por insistência de alguns passageiros com os quais viajaram, Gunnar Vingren e Daniel Berg hospedaram-se num modesto hotel, cuja diária completa era, na época, 8.000 réis. Em uma das mesas do hotel o irmão Vingren encontrou uma revista que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson. No outro dia procuraram esse pastor, e, graças à sua ajuda, Vingren e Berg foram levados à Igreja Batista de Belém, quando foram apresentados ao responsável pelo trabalho, evangelista Raimundo Nobre. Logo os missionários passaram a residir numa das dependências do templo daquela igreja.

No mês de maio de 1911, mais ou menos seis meses após a chegada de Vingren e Berg ao Brasil, falando um português de nível regular, Vingren teve a sua primeira oportunidade de dirigir um culto a pedido dos diáconos da Igreja Batista. Vingren leu alguns versículos que tratavam da obra do Espírito Santo no crente, enquanto que os diáconos abriam suas Bíblias para conferir se o que Vingren lia estava correto. Aparentemente eles ficaram contentes com o que Vingren dizia, de sorte que o convidaram a continuar dirigindo os cultos das noites seguintes, durante uma semana. Pela maneira extraordinária com que Deus operou, ao longo daquela semana, batizando com o Espírito Santo e curando enfermos, Vingren foi advertido.

Quanto a isto escreve o próprio Gunnar Vingren:
"Todos os demais que tinham vindo da Igreja Batista creram então que isto era uma obra de Deus, todos menos dois, o evangelista Raimundo Nobre e a mulher de um diácono... Na terça-feira seguinte ele (Raimundo) convocou os membros da igreja para um culto extraordinário e não permitiu que o pastor falasse. Ele (o evangelista) somente disse: ‘Todos os que estão de acordo com a nova seita, levantem-se”. Dezoito irmãos levantaram-se e foram imediatamente cortados da comunhão da igreja. Estes dezoito irmãos saíram então da Igreja Batista para nunca mais voltar, Isto aconteceu no dia 13 de junho de 1911.”
(Gunnar Vingren, "Diário do Pioneiro", p. 33.)
Consumada a exclusão, o pequeno grupo de dezoito irmãos, convidou os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg para dar-lhes a necessária orientação espiritual naqueles momentos decisivos da vida. Foi assim que, juntos, no dia 18 de junho de 1911, à rua Siqueira Mendes, 67, na cidade de Belém, deu-se a fundação da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, no Brasil.
Repercutiram profundamente entre as várias denominações evangélicas, os acontecimentos que culminaram com a fundação da Assembléia de Deus. Essas denominações se uniram para combater o Movimento Pentecostal. Quem ler os livros "GUNNAR VINGREN, O DIÁRIO DO PIONEIRO" e "ENVIADO POR DEUS - MEMÓRIAS DE DANIEL BERG", há de conscientizar-se que duras e injustas foram as perseguições e injúrias sofridas pela Assembléia de Deus no principio. Perseguições injustas, mas nem sempre inúteis.

Capitulo IV (o crecimento)
E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
(atos 6;7).
                                             1º templo da Assembléia de Deus no Brasil
                                                       (inaugurado em 08/11/1914

Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.

Avanço da Obra

O trabalho missionário não se deteve. Avançando de cidade em cidade, o Evangelho era pregado e os milagres aconteciam. Sofriam muitas perseguições, sobretudo pelos católicos que eram ensinados que a Bíblia dos protestantes era falsa, e, se alguém a lesse seria conduzido ao inferno. Apesar das dificuldades, por onde passavam, o Senhor curava, salvava, batizava com o Espírito Santo e manifestava seu poder através dos seus dons, sinais e maravilhas. Dessa forma, o número de crentes crescia a cada dia. Contemplavam, também, o fim daqueles que se levantavam contra a obra, pois era o próprio Deus quem lhes dava a recompensa. Nos primeiros quatro anos de trabalho foram 384 pessoas batizadas nas águas e 276 no Espírito Santo, na igreja de Belém do Pará. Depois de cinco anos em terras brasileiras Vingren foi à Suécia, onde, por três meses pôde compartilhar as maravilhas que Deus operara no Brasil. Pouco antes de seu regresso, encontrou-se com a enfermeira chamada Frida Strandberg que também tinha chamada missionária para o Brasil. Mais tarde, eles se casaram em Belém do Pará. No desejo de que todo o Brasil recebesse a mensagem, foram enviados missionários a Alagoas e Pernambuco.
A Assembléia de Deus é, atualmente, a major igreja evangélica do Brasil, e está fartamente disseminada por todos os Estados da Federação. Esse crescimento singular não se deve propriamente aos esforços dos seus membros (embora estes sejam esforçados), mas à ação direta do Espírito Santo de Deus. No espaço de 90 anos apenas, aconteceu esse milagre: o Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, encheu-se de pentecostais. Fenômeno igual não consta ter ocorrido em outros países no tempo presente.
UMA HISTÓRIA MARCADA COM CRESCIMENTO

Milhares de “complexos de igrejas-mães” estão localizados em cidades principais, espalhadas por todo o Brasil. A essas igrejas-mães estão filiadas igrejas menores, congregações, e casas de oração.

As igrejas-mães são conhecidas pelo nome de ministérios e contam, cada uma, com milhares de crentes ativos. Cada congregação, muitas vezes organizada em local distante, é responsável apenas perante a igreja-mãe. Essa e uma das características das Assembléias de Deus que ajudam o seu extraordinário crescimento. É um processo que descentraliza a obra. Quando, porém, a congregação se desenvolve sobremaneira, desliga-se da igreja-mãe, e se torna ela mesma uma igreja-mãe que passa a orientar outras congregações menores. O fenômeno do crescimento se prende também ao método de trabalho, e às suas raízes, isto é, o fato de ser as Assembléias de Deus uma obra de fé. Durante o relato histórico, observamos que os obreiros partiam pela fé e pela fé abriam os novos trabalhos, que, também pela fé, prosperavam.

1. A obra social
As Assembléias de Deus recrutam ate o momento seus integrantes, da grande massa da população brasileira, das camadas inferiores do povo, embora, haja, também, muitos membros da classe media e alta. Entretanto, a igreja tem ajudado o povo, ensinando-o a ler, espalhando literatura, construindo bibliotecas comunitárias, jardins de infância, creches, orfanatos, asilos, casas para recuperação para toxicômanos, etc. Cada igreja-mãe supre as necessidades dos membros que dela fazem parte e das pessoas de sua comunidade, providenciando alimentos, casa, roupa, assistência médica. Alguns campos possuem sua própria policlínica ou mantém convênios. Possuem escolas e realizam, com eficiência, um multiministério abençoado por Deus, que cuida dos velhos e das crianças, dos estudantes e dos chefes de família, dos menores abandonados e das donas-de-casa.

2. Missões
Missões é a tarefa primordial e definitiva da Igreja do Senhor Jesus Cristo aqui na terra. Essa atividade da Igreja não cessará até que Ele venha. As Assembléias de Deus, bem no principio, encarou com seriedade essa tarefa. Somente dois anos se passaram, desde o inicio de suas atividades no Brasil, e o espírito missionário já fora despertado. Em 1913, Gunnar Vingren, pastor da Assembléia de Deus em Belém, sentiu que deveria falar a José Plácido da Costa sobre missões, isto é, sobre a necessidade de levar as boas novas a outras terras. Disse-lhe, então, num encontro: "Irmão Plácido, por que não vai pregar o Evangelho ao povo português?" Plácido não pode responder afirmativamente logo, mas compreendeu que Deus lhe falava e desejava que fosse anunciar o evangelho a outros povos.

Assim impulsionado pela chama missionária, no dia 4 de abril de 1913, através da novel igreja, José Plácido da Costa e família embarcaram no navio Hildebrand, no Pará, com destino a Portugal. Era a primeira demonstração viva e prática do espírito missionário da Assembléia de Deus.

Segundo o relato do missionário, o trabalho em Portugal foi estabelecido em maio do mesmo ano, sendo a mensagem pentecostal anunciada ao povo daquela nação.

Em 1921, também foi enviado para Portugal, José de Matos, que percorreu o país de Norte a Sul, estabelecendo contatos e fundando igrejas no Algarves e nas Beiras.

Em 1962, segundo o Mensageiro da Paz (02/10/52), foi enviado a Bolívia, pela igreja do Rio de Janeiro, o Pastor Euclides Vieira da Silva.

A Assembléia de Deus no Brasil continua enviando missionários para o exterior e, também, para o interior do país. Ela vem desenvolvendo um trabalho de incentivo a todos os cristãos que queiram servir a Cristo como mensageiros do seu Evangelho. O órgão orientador dos trabalhos missionários das Assembléias de Deus é a Secretaria Nacional de Missões, ligada à Convenção Geral. Essa secretaria tem como objetivo orientar as igrejas quanto ao envio e suporte aos seus missionários Atualmente, a Assembléia de Deus no Brasil mantém missionários em toda América Latina, América do Norte, e em vários países da África, Ásia, Oceania e Oriente Médio.

3. Educação Teológica
Recentemente, começou a se dar ênfase aos institutos bíblicos para o treinamento de ministros e líderes leigos, nas Assembléias de Deus do Brasil. Centenas dessas instituições estão espalhadas pelo país. Em cada Estado da federação há várias instituições de ensino teológico.


                                                           filhos de gunnar vingre
C apitulo V (vitoria)
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
(II Timóteo 4;7)
Pr. Gunnar Vingren e família
Gunnar Vingren com sua família foram para o sul, passando pelo Rio de Janeiro, depois Santa Catarina e outras cidades no estado de São Paulo. Após outra série de viagens, Gunnar voltou alguns anos depois para residir permanentemente no Rio de Janeiro. Assim como no Pará, a obra pentecostal no Rio de Janeiro crescia exponencialmente. Vingren participava ali da edição do jornal "Mensageiros da Paz", além de seu trabalho como pastor e evangelista. De 5 a 10 de setembro de 1930 houve uma importante Conferência Nacional dos obreiros pentecostais em Natal; a principal decisão foi a de que a obra missionária na região norte estaria sendo dirigida exclusivamente por obreiros nacionais. Os anos seguintes foram de grande expansão da obra, sobretudo no Rio de Janeiro. No dia 15 de agosto de 1932, o pastor Gunnar Vingren e sua família despediam-se da igreja do Rio de Janeiro e do Brasil voltando à Suécia.
Seus Últimos Dias
Gunnar Vingren, no tempo que viveu no Brasil, apresentou alguns problemas de saúde que se agravaram depois que retornou à Suécia. No dia 29 de junho de 1933 ele entrou no descanso eterno. Sua esposa, através de uma carta enviada ao Brasil, descreveu detalhadamente a paz, a confiança e o consolo estampados no semblante de Gunnar no seu momento último.Família Vingren, uma existência para a glória de Deus.
Gunnar, antes de falecer, deixou esta mensagem aos brasileiros:
"Diga-lhes que eu vou feliz com Jesus e, como um pai em Cristo, exorto a todos a receber a graça de Deus que quer operar mais santidade e humildade, para que possam receber os dons do Espírito Santo. Somente desta maneira a Igreja de Deus poderá estar preparada para a vinda de Jesus".

Pr. Daniel Berg e família
Berg chegou ao Brasil sem conhecer a lingua local, que teve de aprender com o Gunnar que dedicava-se ao estudo do idioma e à noite transmitia a Daniel o que havia aprendido.
Então, começou a evangelizar cidades e vilas ao longo da estrada de ferro Belém- Bragança.
Em 18 de Junho de 1911, juntamente com Gunnar e vários outros irmãos, funda a igreja Missão de Fé Apostólica, que posteriormente (18 de Janeiro de 1918) teria o nome mudado para Assembléia de Deus.
foi auxiliar do missionário Gunnar Vingren, de 1911-1922; cuidava da colportagem das Sagradas Escrituras e da evangelização em Belém e em outras cidades do interior do Pará A seguir, continuou sua missão evangelizando toda a região da Ilha de Marajó, viajando com toda simplicidade em todos os tipos de embarcações.
Ele usava de palavras simples e humildes, mas transmitia importantes ensinamentos de Jesus para compreensão do todo o tipo de gente.
Era um homem humilde e de paz, mas muito vigoroso, não desanimando nunca. Pelo contrário, diante das dificuldades, costumava dizer:

"Jesus é bom. Glórias a Deus! Aleluia! Jesus é muito bom: Ele salva, batiza com o Espírito Santo e cura os enfermos. Ele tudo faz por nós. Glória a Jesus. Aleluia".
Depois, veio para o Rio de Janeiro a capital federal, expandindo a denominação.
Quando, no Estádio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, o pastor Paulo Leivas Macalão colocou em sua lapela uma medalha de ouro, comemorativa do Jubileu, os presentes notaram a desconfiança estampada em seu semblante diante de tal honraria. Parecia ouvi-lo dizer em seu coração: "Não é a mim, e sim a Jesus que cabe esta honra e não é doutra maneira, senão em seu nome que eu a recebi!"
Em 15 de Novembro de 1927, dirigidos por Deus, foi com a família para São Paulo(SP), onde, nesta mesma data, realizou o primeiro culto nesta Capital no bairro da Vila Carrão. Esta ficou sendo a data oficial da fundação da Igreja em São Paulo.
Nos seus últimos dias, em um hospital, se esforçava para distribuir folhetos evangélicos nos quartos. Isto, mesmo contra as regras do hospital, onde a enfermeira responsável acabou cedendo diante do esforço sobre-humano dele em salvar almas.
Daniel Berg foi apresentar-se diante de Deus, não com as mãos vazias, mas com milhares de almas salvas que, se multiplicariam até os nossos dias em muitos milhões.



A Assembléia de Deus é, atualmente, a major igreja evangélica do Brasil, e está fartamente disseminada por todos os Estados da Federação. Esse crescimento singular não se deve propriamente aos esforços dos seus membros (embora estes sejam esforçados), mas à ação direta do Espírito Santo de Deus. No espaço de 100 anos apenas, aconteceu esse milagre: o Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, encheu-se de pentecostais. Fenômeno igual não consta ter ocorrido em outros países no tempo presente


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